Autor: Martín Di Lorenzo - mb&l consultores

Estagnação não é fracasso: é uma etapa natural do crescimento

Em nossa experiência com PMEs de diversos setores, há uma cena que se repete com mais frequência do que se imagina. Uma empresa nasce, cresce, encontra seu espaço, contrata pessoas, se posiciona. E de repente... tudo se estabiliza.

As vendas não aumentam mais, a energia interna diminui, os resultados se estagnam (ou caem), e aquilo que antes fluía, agora emperra. Essa sensação tem nome: o platô.

E não, isso não é sinal de fracasso. É parte da jornada.

Uma lembrança da minha infância: meus tios tinham uma fazenda no interior do país. Eu costumava visitá-los nas férias. Uma vez, vi como uma grande empresa arrancava do solo os canteiros de mudas de cebola, colocava em caixas, enviava aos meus tios, e eles as replantavam. Meses depois, colhiam cebolas… Eu não entendia o motivo daquilo, até que me explicaram: ao retirar as mudas de sua terra original, quando parecem que vão morrer, elas ganham força e crescem mais rápido.

 Por que as PMEs entram em platô?

Porque o crescimento traz complexidade. E muitas vezes, o modelo com o qual a empresa foi criada já não é suficiente para sustentar sua nova escala.

Em geral, encontramos causas comuns:

• Uma estratégia que não foi revisada: missão, visão e objetivos definidos anos atrás continuam orientando decisões, mesmo que o mercado, a concorrência e o cliente tenham mudado.
• Processos que não escalaram: o que antes era resolvido com esforço e boa vontade da equipe, agora exige estrutura, ferramentas e papéis mais definidos.
• Tecnologia insuficiente: trabalha-se com remendos, soluções sob medida ou ferramentas básicas que já não dão conta.
• Gestão da mudança ausente: adicionam-se pessoas, áreas e serviços, mas falta uma narrativa comum e uma cultura coesa que alinhe o time.

 O sintoma mais comum: fazer mais do mesmo

Diante do platô, muitas vezes a reação é “acelerar”: mais reuniões, mais pressão, mais campanhas. Mas se o que está falhando é o desenho do negócio, não há esforço que compense. É como remar com força em um barco sem leme.

 E então?

O que propomos na MB&L não é começar do zero, mas revisar com método. Reavaliar a estratégia, os processos, a tecnologia e a gestão da mudança. Focar na raiz do problema, não apenas nos sintomas.

Porque o platô não se supera com pressa. Supera-se com redesenho.

E a estagnação, bem compreendida, pode ser o prelúdio de um novo salto.

Se tiver dúvidas ou quiser conversar sobre essas etapas de “estagnação natural”, entre em contato conosco. Será um prazer debater este e outros temas de negócios.

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